Amanhã? um novo dia, sempre melhor...

segunda-feira, março 20, 2006

Quero...

Quero tanto de ti e tão próximo, que anseio que fosses o ar, o chão, as paredes...

TUDO!

Que tudo o que tocasse fossem teus braços.
Que tudo o que sentisse fossem teus lábios...
Como quando fecho os olhos e tudo o que vejo és tu.
Como quando não durmo e tudo o que sonho és tu.
Contigo, não consigo respirar...sem ti, não consigo viver!
Quero estar tão dentro de ti, que nem a luz do dia exista para mim.
Quero abraçar-te tanto que todo o Mundo colapse e desapareça num pequeno ponto entre os meus braços.
Toca-me com as tuas mãos.
Faz-me desaparecer com a tua pele.
Sufoca-me com a tua língua.
Arrasta-me pelo ar com o teu perfume.

MATA-ME DE VEZ!!!

ODEIO-TE porque existes!
ODEIO-TE porque não estás aqui!!!

AMO-TE TANTO!!!!

De repente tomo consciência da tua ausência e faz-se noite.
Porque não me respondes quando te falo?
Porque não te sinto quando estendo o braço?

PORQUE TENS DE ESTAR TÃO LONGE???

Tu enlouqueces-me, maravilhas-me, atrapalhas-me, cegas-me, confundes-me, tu inspiras-me!!!!

TU...TU...TU...TU...

TU ÉS TUDO PARA MIM!!!!

Reservados os Direitos de Autor, textos e poemas registados na SPA

Tu és muito importante para mim...

Tu és muito importante para mim!
Tu corres, almoças, trabalhas, cantas, choras e amas.
Tu sorris, mas nunca me chamas.
Tu te entristeces, depois te acalmas, mas nunca me agradeces.
Tu caminhas, sobes e desces escadas e não te preocupas comigo.
Tu tens tudo e não me dás nada.
Tu sentes amor, ódio, sentes tudo, menos a minha presença.
Tu tens os sentidos perfeitos, mas nunca os usas por mim.
Tu estudas e não me entendes, ganhas e não me ajudas, cantas e não me alegras.
Tu reclamas dos maus tratos, mas não valorizas o que eu faço por ti.
Se tu estás triste, culpas-me por isso, mas se estás alegre, não me deixas participar nessa tua felicidade.
Tu fazes o que os outros ordenam, mas nunca fazes o que eu te peço com humildade.
Tu se sobes na vida, pisas nos menos favorecidos, se nao sobes, descarregas em mim toda a tua ira.
Tu não tens tempo para nada, nem ao menos para pensar em mim.
Tu quebras galhos para os amigos, mas não tiras um espinho da minha testa.
Tu reclamas tanto da vida, mas não sabes que a minha é tão triste por tua causa.
Tu entendes todas as transacções do mundo, mas não entendes a minha mensagem.
Tu abaixas os olhos quando um superior te fala, mas não levantas esses mesmos olhos quando te falo do meu amor.
Tu falas das pessoas e não sabes que conheço toda a tua vida, és forte, mas que pena, embora não admitas, sei que tens medo de mim.
Tu defendes teu clube, o teu actor, mas não me defendes no meio dos teus amigos.
Tu não sentes vergonha ao despires-te perante alguém, mas sentes vergonha de tirar a tua máscara diante de mim.
Tu corres com o teu carro, mas nunca corres para os meus braços.
Tu costumas "às vezes" falar do que eu fiz, mas nunca me deste oportunidade de falar do que tu fazes.
Tu és um corpo do mundo, e eu sou um mundo em teu corpo.
Eu sou alguém que todos os dias bate à tua porta e pergunta:
Tens lugar para mim, na tua casa, na tua vida, no teu coração?
Eu estou presente nestas linhas que tu, por curiosidade, começaste a ler...
Eu sou alguém que simplesmente quer ser teu amigo.
Tu...
Simplesmente tu...

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sábado, março 18, 2006

Shhhhh

Fico aqui à espera que a tua sombra surja nesta doce escuridão nocturna.
A tua sombra aparece refletida pela luz da Lua cheia que te acompanha os passos.
Chegas...
Senta-Te aqui perto de mim.
Deixa-me invadir um pouco de Ti, entrar no Teu mais intimo, no mais fundo que existe...
Deixa-me que te questione...
Será que ouves o que eu oiço?
Vês o que eu vejo?
Olhas para onde olho?
Saboreias o que eu saboreio?
Cheiras o que eu cheiro?
Sentes o que eu sinto?
Diz-me...
Diz-me, o que ouves...?
O que vês?
Para onde olhas?
O que saboreias?
O que cheiras?
O que sentes?
Descreve-me tudo...!
Fecha os olhos...
Solta os cadeados que te prendem o coração...
Concentra-Te...
Liberta o teu sonho... a tua alma...
Descreves-me então agora...?
O que ouves?
O que vês?
Para onde olhas?
O que saboreias?
O que cheiras?
O que sentes?
CHHHHHHHHH... espera...
Não respondas já...
Deixa-me responder-te primeiro, enquanto te encontras de olhos fechados, enquanto as tuas asas te fazem viajar em tão precioso e livre pensamento...
Deixa que a minha alma voe junto à tua...
Mergulho então na tua alma...
Sabes o que oiço, o que vejo, para onde olho, o que saboreio, o que cheiro e o que sinto...?
Então, CHHHHHHH...
Com um gesto, eu apurarei todos os Teus sentidos e saberás a minha resposta.
Dá-me a Tua mão...
Coloco-a junto ao meu coração...
CHHHHH... não digas nada....
Eu explico baixinho só para ti...
Oiço o bater mais forte do meu coração, que suplica desesperadamente pelo teu...
Vejo-te como alguém que o faz bater como nunca antes...
Olho para ti com o carinho e o desejo que não consigo controlar...
Saboreio o meu lábio que trinco suavemente, enquanto me contenho para não te beijar...
Cheiro o teu doce perfume...
O que sinto? Hummmmmm...
Sinto o calor que a tua mão transmite... aquele calor que me aquece o coração...
Sinto uma vontade louca de te beijar... de te ter comigo aqui... sempre... para sempre...
Sinto o Amor que me proporcionas... sinto-o a correr nas minhas veias numa velocidade vertiginosa que não tem fim...
Sinto...
Sinto sim...
Sinto que tu, como ninguém... me sabes sentir...!
E Tu?
Consegues-me responder agora o que sentes...?

Reservados os Direitos de Autor, textos e poemas registados na SPA

Carta Aberta

Sabes... às vezes quero-te dizer que a dor é demasiado real para ser apenas alucinação.
Às vezes, quero abraçar-te e implorar-te que não vás... Que fiques aqui e me embales como a uma criança pequena.
O pânico invade-me. Depois começo a sentir uma espiral, uma espiral que me atira contra a parede e me engole toda a vontade de estar perto das pessoas.
São as lágrimas que se cristalizam na garganta e criam um imenso nó. Elas já não descem pelos olhos. Desaprenderam esse movimento ancestral. Agora só querem viver eternamente nas minhas cordas vocais, onde se depositam e se deixam desfalecer.
Sabes... às vezes quero-te dizer que só a tua presença me acalma esta ânsia da tua voz e dos carinhos, dos afagos que habituaste a minha pele.
Outras apenas quero ficar a ouvir o silêncio gritar enquanto de olhos fechados te transmito anos e anos de fantasias quebradas e gelos que inundam o meu corpo.
Ouço músicas, vejo filmes, tento em vão esquecer o teu rosto e o calor das tuas mãos e só elas, só elas, amor, me conseguem acalmar esta intensa mágoa de todos os beijos que nunca dei.
Não consigo falar com os que conheço, sabias? Eles percorrem a mesma casa que eu, mas são meros espectadores silenciosos das minhas constantes mudanças de humor.
Sempre tive riso fácil. Prostituo a minha boca em gargalhadas que nunca me beijam o coração.
Sempre fui o mais forte. Sempre fui o farol em dia de tempestade. Então eles acham que será sempre assim, que sempre nos maus momentos eu irei confortá-los e que também me confortarei a mim mesmo.
E tu? Confortas-me? Estou tão doente... sinto-o nos ossos. Sinto-me a definhar, a minha mente está tão debilitada... Sabes, amor, o cansaço é uma doença que nos deixa fracos. E eu estou tão cansado... Quando acordo penso que acordo para um novo sonho porque tudo se me é baço aos olhos.
Eu sei que isto vai acabar. Eu sei que esta espera que me gasta os joelhos vai terminar e tudo vai ficar bem.
Eu repito-o para os outros. Como se fosse uma ladainha. Sorrio-lhes. Afago as suas temeridades e sussurro que a vida é um imenso rol de pedras na estrada e que nem por isso a estrada acaba.
E é verdade... quem acaba sou eu.
Eu é que me acabo nestes silêncios, nestas constantes implosões, nestes destroços que escondo por trás do ar desleixado e confiante.
E depois inundo-te de dor e dúvidas, e lágrimas que nunca sei chorar e que só escorrem na voz.
Eu sei que amanhã é um novo dia e que eu sempre fui mestre a fingir forças e ternuras.
Eu sei tudo isso.
Fui eu que inventei as mais belas frases de consolo e depois as repeti a mim mesmo enquanto no ar choviam acusações.
Fui eu que acariciei os meus dedos nas noites em que ninguém vinha ver se os cobertores eram brancos e perfumados.
Fui eu que escrevi os mais poéticos contos para me entreter os gritos que se semeavam nos cadernos, nos diários, nas paredes, nas palavras que nunca deixei sair do peito.
Sim amor. Fui eu. Eu que teci muros em volta do meu eu tão moribundo e me resgatei suavemente.
Porque não o sei fazer agora? Porque agora não estou sozinho. Agora estás aqui. E o meu eu já não responde aos contos, nem aos meus dedos, nem às minhas frases. Apenas às tuas. Só a tua presença acalma esta necessidade de me refugiar.
Nunca falei a mesma língua que as outras crianças. Nunca fui inocente e puro. Mas fui sonhador. Ainda sou. E depois veio a escrita. O meu pecado e a minha redenção.
Eu queria dizer que ela existe porque tu existes. Ou que ela existe porque é boa. Mas não. Ela existe simplesmente porque eu existo.
É consequente da minha voz apagada como a sombra é consequência do Sol.
Sabes... às vezes quero tão só dizer que te amo... E é essa a única certeza que tenho neste lodo que é a minha alma. Onde chafurdo nos meus próprios dejectos e indecisões.
Outras... nas outras estou demasiado entretido a fingir felicidade para me lembrar o que penso ou quero ou planeio.
Vou aguardar o teu regresso. Sei que voltas sempre para os meus braços. E eu vou alimentar-me da tua presença como um malmequer se alimenta dos raios solares.
Até lá grito silenciosamente. Para não os acordar e assustar... Vou continuar a tolerar as tuas presenças tão subtis, tão cómodas, tão cegas.
Vem salvar-me... preciso de ti... A noite é demasiado assustadora. Vem... estou aqui... porque não me ouves? Onde estás? ... Quase te posso sentir, mas não te consigo tocar.
Aqui ao lado eles continuam as suas vidasparalelas à minha.
À minha vida que só o é quando estás comigo.

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